Dona Esmeraldina e a Chegança de Jaguaripe

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Dona Esmeraldina nasceu em 1927, época em que Jaguaripe ainda respirava os ares da navegação a vapor e suas ruas eram iluminadas com lamparinas à óleo.

Chegança

“Chegança é um auto popular do Nordeste do Brasil baseado em antigas tradições ibéricas celebradas em romances de inspiração marítima e em danças que representam combates entre cristãos e mouros.

Alguns pesquisadores afirmam que o termo Chegança é originário de palavras náuticas como “chegar”, que significa dobrar as velas à chegada do navio, ou “chegada”, no sentido de abordagem.

A encenação da Chegança começou a se popularizar no território brasileiro no início do século XIX. Normalmente é apresentada no período natalino, mas em algumas cidades ribeirinhas ela se incorpora aos festejos de Bom Jesus dos Navegantes alongando seu período de apresentação até fevereiro.

Os figurantes da Chegança se apresentam trajados como marujos da Marinha e atuam como se fossem tripulantes de embarcação em viagem, de acordo com suas patentes e postos.”

Fonte: jundaj.gov.br

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Chegança de Jaguaripe por D. Esmeraldina

Naquela época, a Chegança era comemorada no dia 18 de dezembro, dia da Padroeira da Cidade. Os marinheiros vinham do mar através dos Saveiros como o 5 de julho e o Santa Luzia. Vestidos a caráter com suas fardas e quepes. A cidade era um alvoroço, se embelezavam as ruas, as casas, a igreja. As mulheres ajudavam na ornamentação e a festa era curtida por todas as famílias.

Os marinheiros se apresentavam com danças e cantigas. Tocavam instrumentos percussivos, principalmente o pandeiro. Enfileiravam-se e mostravam desenvoltura nas apresentações. A perfomance acontecia em frente a igreja e depois a festa ampliava para as ruas da cidade. Tinham desfiles e coreografias. Era lindo ver a cidade movimentada e todos assistindo.

Era comum grandes autoridades marcarem presença na Chegança, intendentes como o Coronel Argemiro, de São Bernardo, era presença ilustre.

A Chegança vinha do Porto da Serra, localizado no Rio da Dona, através dos saveiros, posteriormente atracavam no cais principal do Rio Jaguaripe. Quem ditava o horário para iniciar os festejos era a maré.

Ô seu contra mestre
Bem querer eu lhe dizia
Que amassem os panos
e o vento caía

O que havemos de fazer
Louvar Maria
Que ela é mãe
Da nossa guia!